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FOTOS ANTIGAS - CAMINHOS DE FERRO

 

Inauguração da linha da Beira Baixa

Estação dos Caminhos-de-Ferro

 

 

Pela lei de 26 de Abril de 1883, o governo foi autorizado a construir o caminho-de-ferro da Beira Baixa; por portaria de 28 de Julho de 1887, foi aprovado o projeto dessa linha férrea que passava num lugar desta cidade chamado “Corredoura”. Esta linha tinha início na cidade de Abrantes e daí ligava à linha do Oeste e do Norte, que terminava na Guarda onde depois se ligava à linha da Beira Alta que fazia ligação com a fronteira de Vilar Formoso.

 

O primeiro troço desta linha foi até à Covilhã em 6 de Setembro de 1891, dia em que foi inaugurada pelo Rei D. Carlos e pela Rainha D. Amélia.

O comboio chegara às 17h entre vivas e aclamações de entusiasmo dos covilhanenses, a estação estava repleta de gente.

 

A Câmara Municipal, as autoridades civis e militares e as pessoas mais gradas da cidade, todos estavam presentes.

 

Os monarcas e todos os seus acompanhantes foram recebidos sumptuosamente no palacete do Refúgio pertencente ao Sr. Cândido Augusto Albuquerque Calheiros, dado que o Sr. Comendador Marcelino Ventura se encontrava muito doente.

 

Em reconhecimento pela grandiosidade da receção, o Rei concedeu o título de “Conde do Refúgio” so Sr. Augusto Albuquerque Calheiros.

 

O Sr. Dr. Eduardo Coelho, jornalista, escritor e fundador do jornal Diário de Notícias, fazendo parte da comitiva real, escreveu as seguintes palavras: “Sua Alteza Real visitou a fábrica José Mendes Veiga & Sucessor que emprega 850 pessoas, a de Campos Melo & Irmão que emprega 650, a de Alçada & Mousaco que emprega 400 e a de Sebastião Rato que emprega 300. São estas as quatro fábricas mais importantes da Covilhã.

 

Na cidade da Covilhã são fabricantes ou operários de lanifícios, o barbeiro, o sapateiro, o chapeleiro, o carpinteiro, o empregado e talvez o magistrado e até alguns padres, poucos dispensam o produto imediato do tear ou do pisão, do tinto ou da tenda. As crianças quase que têm como único brinquedo, em passando dos três anos, o encherem as canelas, esses são os seus bonecos, e não é raro vê-las ao colo das mães a aprender a escolher a lã.

 

É uma febre endémica local estacionária, filha do país, tendo as suas causas naquele solo, e atacando as pessoas que o visitam.

 

Em poucas ruas deixará de se encontrar um tear, um tinto, um preparo de corda, uma escolhedora, uma tenda ou oficina de ultimação.

 

Um escritor português erudito admitiu um céu de veludo azul, pois aqui pode-se dizer sem grande impropriedade, que se respira uma atmosfera de lã, que se como e se bebe lã, que lã é a alegria, e por ser o primeiro centro fabril de Portugal, alguns autores chamavam-lhe “Manchester Lusitana”, e o jornal o Século nº 6123 chama-lhe «Vernier portuguesa».

 

In História da Freguesia de São Pedro da Covilhã – António Garcia Borges

PONTE DO ANAQUIM

 

A ponte do caminho-de-ferro denominada Anaquim, fica situada sobre a Ribeira da Carpinteira no Sítio das Poldras.

 

Este topónimo advém do facto de ali ter existido a fábrica de lanifícios “Anaquim & Copeiro”.

 

Esta ponte, lançada entre duas vertentes que ladeiam um curso de água e uma estrada, é composta por dois pilares em pedra de cantaria, com arcos adoçados, e ao centro tem um tabuleiro metálico com barras cruzadas; na parte superior, assentam os carris e as travessas.

 

A Ponte do Anaquim foi construída no ano de 1893.

 

In, História da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Covilhã, António Garcia Borges

PONTE DOS OITO ARCOS

 

A Ponte dos Oito Arcos é uma ponte por onde passa o caminho-de-ferro que liga a Covilhã à Guarda e está localizada sobre o Ribeiro de Flandres. O topónimo deriva da sua arquitetura ser composta por oito arcos adoçados.

 

O traçado forma uma curva composta por sete pilares em pedra de cantaria da Região da Covilhã (Serra da Estrela), com arcos adoçados onde assentam os carris e as travessas.

 

Foi construída no ano de 1893, por um empreiteiro de nome Fazenda, natural da Covilhã.

 

In, História da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Covilhã, António Garcia Borges

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