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Gastronomia da Região

 

 

 

Queijo da Serra da Estrela (Denominação de Origem Protegida)

 

Este queijo é o nosso cartão-de-visita. Já ultrapassou fronteiras. É um queijo com história.

 

A área geográfica de produção contempla os concelhos de Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Oliveira do Hospital,

Seia e algumas freguesias dos concelhos da Covilhã, Guarda e Trancoso.

 

Trata-se de um queijo produzido exclusivamente com leite de ovelha da raça Bordaleira, coalhado pela flor do cardo Cinara cardunculus L., planta espontânea característica da nossa Região que tem como finalidade coalhar a massa que dará origem ao Queijo da Serra.

 

 

 

Queijo de Castelo Branco (Denominação de Origem protegida)

 

É um queijo curado, de pasta semifina ou semimole, ligeiramente amarelado, com alguns olhos pequenos e obtido por esgotamento lento da coalha, após coagulação do leite cru de ovelha por ação de uma infusão de cardo.

 

A área geográfica de produção abrange algumas freguesias do concelho do Fundão.

 

 

 

Queijo Amarelo da Beira Baixa (Denominação de Origem Protegida)

 

É um queijo curado, de pasta semifina ou semimole, ligeiramente amarelado, com alguns olhos irregulares e obtido por esgotamento lento da coalha, após coagulação do leite cru de ovelha por ação do coalho animal.

 

 

 

Queijo Picante da Beira Baixa (Denominação de Origem Protegida)

 

É um queijo curado, de pasta dura ou semidura, branco sujo a acinzentado, sem olhos ou com pequenos olhos irregulares e obtido por esgotamento lento da coalhada, após coagulação do leite cru de ovelha ou de cabra, estreme ou de mistura, por ação do coalho animal.

 

 

 

Borrego Serra da Estrela (Denominação de Origem Protegida)

 

A carne deste Borrego é particularmente macia e saborosa, de paladar muito suave, com gordura intersticial e subcutânea bem distribuída. Também é designada por "borrego de canastra".

 

A raça Bordaleira da Serra da Estrela tem sido, desde tempos imemoriais, selecionada para a produção de leite, o qual se utiliza na produção do famoso Queijo da Serra da Estrela. Os borregos surgem como um subproduto desta atividade principal.

A vocação desta raça é a produção leiteira.

 

 

 

Borrego da Beira (Indicação Geográfica Protegida)

 

O Borrego é pequeno, de carne muito tenra e saborosa devido ao seu maneio em pastoreio extensivo na zona da Beira Interior. A carne é rosa com sabor e cheiro característico a leite. Devido às suas particularidades também é conhecido por "borrego de canastra" ou "borrego de leite" (o leite constitui o seu único alimento). É produzido nos concelhos de Pinhel, Almeida, Belmonte, Fundão, Penamacor algumas freguesias dos concelhos de Trancoso, Guarda e Covilhã.

 

 

 

Cabrito da Beira (Indicação Geográfica Protegida)

        

Carne de cor rosa-pálido, decorrente da sua alimentação quase exclusiva de leite materno. A carne é muito tenra, clara e de gosto suave aleitado.

 

Estes animais resultam de um sistema de exploração da raça caprina baseada no pastoreio extensivo, onde é vulgar encontrar um pastor acompanhado de 2 a 4 cães, guardando rebanhos, e na produção de leite para fabrico do queijo.

 

 

 

 

Azeites da Beira Interior (Denominação de Origem Protegida)

 

"O azeite da Beira Baixa tem uma coloração amarela clara levemente esverdeada, com aroma "sui generis" e um sabor a fruto ".

 

A área geográfica limita-se aos concelhos da Covilhã, Belmonte, Fundão, Penamacor.

 

" O azeite da Beira Alta tem coloração amarela levemente esverdeada com aroma "sui generis" e um sabor a fruto".

 

 

 

VINHOS

 

Na Região de Turismo da Serra da Estrela inserem-se duas importantes Regiões Demarcadas: Região Demarcada dos Vinhos Dão com duas sub-regiões – Serra da Estrela e Alva- e a Região Beira Interior com duas sub-regiões da Cova da Beira e de Pinhel.

 

 

 

 

Cereja da Cova da Beira (Indicação Geográfica Protegida)

 

 

A cereja produzida na região do Fundão, berço da Cova da Beira, sempre foi conhecida pela sua qualidade.

 

 

 

 

Maçã da Cova da Beira ( Indicação Geográfica Protegida)

 

As variedades existentes em maior quantidade são a Golden delicious, Red delicious e Jersey Mac. As características destas variedades distinguem-se das suas similares, produzidas noutras regiões, pelo sabor característico resultante das condições edafo-climáticas desta Região.

 

 

 

Pêssego da Cova da Beira

 

A Cova da Beira é uma depressão geográfica, onde corre o rio Zêzere, entalada entre as Serras da Estrela e da Gardunha, em zona protegida dos ventos atlânticos, com condições climáticas únicas o que lhe confere características próprias.

 

 

 

Outros Produtos de Qualidade

 

Enchidos

 

A partir de meados de Novembro e até Janeiro ocorre a tradicional MATANÇA DO PORCO. Nesse dia, as famílias reúnem-se, logo pela manhã. É-lhes oferecido um bom pequeno-almoço, constituído por presunto, chouriço, salpicão, chouriça de carnes e de bofes (miúdos do porco- coração, rins e pulmões). Estes produtos pertencem à matança do ano anterior.

 

Seguidamente, procede-se à matança do porco- coloca-se o animal em cima de um banco de madeira, à medida do animal, na ponta do banco existe uma racha para prender a cabeça do porco.

 

Mas as primeiras tarefas estão ligadas aos enchidos: fazem-se as farinheiras, as chouriças, as morcelas, o salpicão e o bucho.

 

 

 

Presunto

 

Para conservar a carne de porco de modo a poder ser consumida muito depois da matança, recorreu-se desde sempre à salga e ao fumeiro.

O apetitoso presunto não é mais do que a perna de porco que, depois de salgada ao longo de vários meses, é bem lavada em água corrente para lhe retirar o sal e coberta depois com uma pasta protetora essencialmente à base de colorau e azeite.

 

Segue-se então o processo de secagem, que poderá ser em fumeiro ou em local frio.

 

O frio e a humidade desempenham um papel primordial na qualidade do presunto.

 

 

 

Pão Centeio do Sabugueiro

 

O Pão Centeio do Sabugueiro é único na Região. O seu sabor depende de fatores tão básicos como o tipo de farinha, o forno e o processo de fabrico. E foi partindo da aldeia do "Sabugueiro", que, ao longo dos anos entrou no rol dos mais genuínos produtos turísticos;

 

Aproveitando a farinha de centeio da Região, o "saber-fazer" da família, com técnicas artesanais e aquecimento a lenha em fornos feitos de tijolo, foi garantindo a qualidade de um produto de excelente qualidade, apelidado mesmo de "produto de luxo".

 

 

 

Broa Serrana

 

O que torna a broa serrana tão particular é o facto de ser a que contém mais elevada percentagem de milho (95% só com 5% de trigo).

 

 

 

Requeijão

 

O requeijão resulta do aproveitamento do soro, isto é, o excedente que se escoa do acincho durante a feitura do Queijo da Serra. É em seguida fervido, de onde se obtém uma massa pastosa, a que é dada a sua forma característica, depois de ser comprimida em açafates de fina verga.

 

É um alimento com alto valor nutritivo, a que a tradição local atribuiu até poderes terapêuticos e de fortalecimento.

 

 

 

Castanha

 

É nas terras frias que surgem os castanheiros. "Árvore-do-pão", assim era conhecida; nos tempos de crise, as castanhas tornavam-se num alimento rico (caldudo).

 

As castanhas, quentes e boas, apetecem nos dias frios da nossa Região. Este fruto gera a criação de diversos pratos (sopa, puré, estufadas, assadas, cozidas).

 

 

Mel Serra da Estrela

 

O mel Serra da Estrela tem, em regra geral, um aroma forte, persistente (característico da urze), espesso com um paladar adstringente e macio como o mel de rosmaninho. Este obteve durante o corrente ano medalhas (prata e bronze) em Concursos Internacionais de Mel.

 

 

 

ENTRADAS

 

 

Xerovias Fritas

 

A Xerovia é uma raiz que se cultiva nesta zona do país, e tem a forma de uma cenoura e a cor do nabo. O seu sabor é uma mistura de ambos os legumes, mas mais acentuado e até adocicado. É um sabor único e extremamente agradável, podendo ser servido como entrada ou como acompanhamento de um prato de peixe.

 

Dadas as suas características, devem ser cozidas em água e sal e cortadas em fatias finas, no sentido longitudinal, temperando-se com sal e sumo de limão.

 

Em seguida, passam-se por um polme, feito com ovo e farinha, fritas em azeite ou óleo e servem-se.

 

 

 

Grelos à Pastor

 

Os Grelos à Pastor fizeram parte da ementa daqueles que durante anos e anos se dedicaram quase exclusivamente à pastorícia, e que passavam muitos dias fora de casa. Então impunha-se que levassem com eles produtos de fácil transporte e confeção: os enchidos. Assim, juntaram-se os grelos de nabo, batatas, regados com um bom azeite, e estava preparada uma excelente refeição quente (grelos de nabo, chouriço, morcela, farinheiro, ovo, batata, sal e azeite).

 

 

 

Míscaros

 

Durante o mês de Outubro é costume ir apanhar castanhas. Ao passarem pelas matas, as pessoas colhem os Míscaros, aproveitando–os para confeccionarem diversos pratos, como por exemplo o Ensopado de Míscaros de Trancoso.

 

 

 

Torresmos

 

Ainda hoje, em qualquer altura do ano, pode provar este prato.

 

Corta-se a carne de porco, ou da entremeada ou da pá, em quadrados. Adiciona-se vinho tinto, sal, alho, louro, colorau e piripiri. Unta-se uma frigideira com azeite ou banha e deitam-se todos os ingredientes deixando fritar.

 

Os Torresmos servem-se frios.

 

 

ENTRADA DE ENCHIDOS

 

 

Morcela da Guarda

 

 

Morcela de sangue é tradicional da cidade dos 5 "efes" (Guarda), e leva: sangria de porco; tripas grossas (intestino grosso) de porco; pão saloio assente; cominhos; sal; gorduras derretidas e salsa picada. A tripa é fechada e atada com um fio. Depois é submetida a uma leve cozedura.

 

Para confecionar a Morcela deve dar-se-lhe uma cozedura e depois tostá-la. Deve ser acompanhada com batatas cozidas e grelos.

 

A Morcela só se faz durante a época de Inverno.

 

 

 

Morcela para Todo o Ano

 

São morcelas da zona raiana, a norte da Região. São compostas por sangue de porco; gordura; abóbora; salsa e sal. Depois de prontas, vão para o fumeiro e podem ser apreciadas ao longo de todo o ano.

 

 

 

Farinheiros

 

Mais um derivado da matança do porco. Confecionam-se da seguinte forma: Miga-se o pão(assente); na água de cozer os ossos do porco amolece-se o pão; junta-se gordura derretida com colorau; mistura-se tudo. Lavam-se em água quente e de seguida vão para o fumeiro.

 

 

 

Farinheira com Míscaros

 

Especialidade outonal, este prato, rico e substancial é totalmente confecionado com produtos da Região: farinheira, míscaros, alho, azeite, bacon, broa de milho, ovos e salsa.

 

 

 

Farinheira de Gouveia com Ovo

 

Este prato é composto por farinheira, das freguesias de Gouveia, frita e acompanhada com ovo estrelado, batatas fritas e arroz.

 

 

 

Farinheiros de Todo o Ano

 

Este é um enchido típico da parte norte da região da raia. Os mesmos ingredientes que o farinheiro, apenas se acrescenta a abóbora e erva de anis.

 

 

 

Migas de Farinheiro

 

No dia em que se faziam os enchidos, era dia de festa, para os criados da casa. Os ingredientes que sobravam dos enchidos que entregavam aos senhores eram todos misturados e faziam assim as Migas.

 

Este prato é confecionado numa panela de ferro, contendo: sêmea com 4 dias, azeite, sal, colorau pimentão, ossos da espinha salgados, frango e coelho.

 

 

Prova de Chouriças

 

Ingredientes das chouriças: pá de porco, alho, sal, vinho branco, pimento doce, água, colorau e limão.

 

 

 

Chouriças de Bofe

 

São feitas para aproveitar o bofe, coração, o bucho e carnes ensanguentadas da cabeça, espinhela e pescoço do porco.

 

Migam-se estas carnes, adicionando os condimentos das chouriças (sal; pimentão; água e vinho branco).

 

 

 

Bucho Recheado

 

O bucho é o estômago do porco que, depois de bem lavado em várias águas com limão, sal e vinagre, é trabalhado e preparado para cozinhar.

 

Este é típico da zona sul da Região e é recheado com: vinho branco, dentes de alho, salsa, carne de porco (cabeça de lombo), banha, cebolas, manteiga ou margarina, pão ralado, limão, ovos, pimenta em pó, grãos de pimenta, cravinho e sal.

 

 

 

Bucho

 

As grandes fogueiras vão temperando de sabores beirões os enchidos, como é o caso do bucho da parte norte da Região. Prato especial da época do Carnaval, composto por chispe, orelha, focinho, rabo, ossos tenros da parte do peito temperados com água, sal, alho, pimentão doce e pimentão picante. Serve-se cozido com batatas e grelos.

 

 

 

Maranhos ou Borlhões

 

Prato típico da zona sul desta Região de Turismo. Antigamente este prato era confecionado apenas em dias festivos, hoje em dia confeciona-se durante todo o ano.

 

Miga-se a carne de cabrito, porco, chouriço caseiro e presunto. Depois junta-se o arroz. Tempera-se com sal, azeite, colorau e bastante serpão.

 

Após estar tudo misturado, introduz-se no saco do bucho, é cozido deixando apenas um pequeno orifício. De seguida, vai ao lume durante, pelo menos, 1 hora.

 

 

Serrabulho à Moda da Beira

 

Tipicamente beirão este prato é composto por: lombo, sangue cozido, fígado, unto (gorduras da barriga) de porco, pão de trigo, sal pimenta, alho, louro, cominhos, colorau e vinho tinto.

 

 

 

SOPAS

 

 

Pastel de Molho da Covilhã

 

Nos anos 20, os empregados fabris não tinham tempo para fazer sopa e então substituíram-na por estes pastéis, uma vez que despendiam muito menos tempo a confecioná-los, aguentando durante várias semanas, o que não sucede com a sopa. O Pastel de Molho era e continua a ser servido com molho de açafrão. Prepara-se da seguinte forma: põe-se água a ferver com sal, vinagre, açafrão e um ramo de salsa; coloca-se o Pastel num prato, deitando a calda por cima, tapa-se com outro prato e aguarda-se um pouco (para "abrir"); o Pastel de Molho "abre", fortalecendo a refeição. O Pastel é composto por uma massa de margarina ou banha de porco, sal, farinha e recheado com carne picada guisada (cebola, louro e sal).

 

Para além de poder ser servido com molho de açafrão ou chá preto, pode ainda ser comido apenas como Pastel.

 

Este Pastel seco é feito com massa folhada cortada em tirinhas, que se enrolam em forma de espiral, dobrando uma das pontas do pastel para rechear com carne de vaca refogada.

 

Para provar este delicioso Pastel terá que se deslocar à cidade da Covilhã, uma vez que só aqui é confecionado.

 

  

 

Caldo de Grão à Moda da Guarda

 

Prato forte e apetitoso, o tradicional Caldo de Grão que é comido na noite de S. João.

 

É composto por grão de bico, carnes (pé de porco, barriga e orelha de porco); louro; cebola; azeite; alho; noz moscada; presunto; molho de soja e massas.

 

 

Sopa da Beira

 

Este prato regional é confecionado à base de tudo o que o homem destas paragens produzia. Terra de fracos recursos, cercada de montanha, onde tudo tardava em chegar, as gentes destas terras comiam o que produziam. Assim, nada melhor que uma substancial Sopa de feijão e couves com os seguintes ingredientes: batata; feijão vermelho; cenoura; cebola; couve lombarda; azeite e sal.

 

 

 

Caldo Verde com Bagudos

 

Sendo o caldo verde uma das sopas mais apreciadas em todo o país, esta é uma variante em que o feijão bagudo (feijão ainda verde) lhe confere um paladar particular.

 

 

Sopa da Beira Baixa

 

Feita nas aldeias mais escondidas da Beira Baixa, na lareira, numa panela de ferro, em pleno Inverno, enquanto se faziam as brasas para se aquecerem ( repolho; feijão encarnado; azeite; fatias de pão centeio; ovos; batata).

 

 

 

PEIXES

 

 

Trutas à Moda de Manteigas

 

As Trutas à Moda de Manteigas surgiram quando os pastores desta Região apanhavam, nas águas do Rio Zêzere, belíssimas trutas, preparando-as de seguida, enquanto guardavam o seu rebanho.

 

Para preparar este prato, são necessários os seguintes ingredientes: trutas; leite; manteiga; salsa; farinha; sal e pimenta.

 

 

 

 

Trutas Recheadas com Presunto

 

A truta é limpa com sal, aberta ao meio e recheada com uma fatia de presunto da Região. Depois é grelhada, levando um molho de sumo de limão, manteiga e salsa picada.

 

 

Peixe do Rio

 

Nas margens do rio Alva era hábito as pessoas irem até à ponte das três entradas e, nos caminhos velhos que nos levam até às margens do rio, pescar peixinhos do rio. Assim sendo, nasceu esta tradição na Região. O peixe que se encontra nos seus rios é a truta e o peixinho do rio. Estes são muito saborosos, cozinhados com óleo, vinagre, cebola, alho, louro e colorau.

 

 

 

Bacalhau à Lagareiro

 

Nos lagares de azeite dos nossos antepassados, onde se moíam as azeitonas para fazer o azeite, fazia-se a prova do mesmo nos moinhos movidos a água dos rios. Para provarem o azeite, assavam as batatas e o bacalhau no borralho do lume (postas de bacalhau demolhado, batatas miúdas a murro, azeite, cebola cortada às meias luas, dentes de alho, azeitonas e ovo cozido). Assim nasceu este famoso prato de bacalhau.

 

 

 

Bacalhau com Broa

 

Ligando o bacalhau aos produtos da Região, nasceu a tão apreciada combinação do bacalhau com a broa.

 

Na sua confeção utiliza-se posta de bacalhau demolhado, miolo de broa, cebola grande, dentes de alho, azeite virgem, pimenta e sal.

 

 

 

Bacalhau à Conde da Guarda

 

Segundo consta, foi alguém que pretendeu dar prestígio à criação desta receita e decidiu apelidá-lo de Conde da Guarda, pois criava uma certa curiosidade em relação a este nome (bacalhau; manteiga ou margarina; batatas; cebolas; dentes de alho; natas; queijo ralado; sal e pimenta).

 

 

 

Bacalhau à Assis

 

Esta receita foi criada há alguns anos pelo dono de uma pensão, que, surpreendido, na Serra da Estrela, por um nevão, teve que disponibilizar os últimos alimentos que lhe restavam, para saciar os hóspedes: bacalhau; batata; cenouras; cebola; azeite; presunto; pimento morrone; ovos; salsa e óleo.

 

 

 

Migas de Grão de Alpedrinha

 

Prato típico de Alpedrinha, confecionado com azeite da sua terra, grão, bacalhau e cebola.

 

 

 

Tiborna

 

Tiborna significa azeite novo, o que implica que só se pode comer durante a apanha da azeitona, ou seja, quando o azeite é novo. Coincidindo com a época natalícia, este é o prato típico da ceia de Natal (couve de corte; bacalhau; batata cozida e azeite novo). Fora desta época já não há azeite novo nem couve de corte. Então, deixa de ter a designação de Tiborna, passando apenas a ser bacalhau com todos.

Este prato é típico da zona de Oliveira do Hospital.

 

 

 

CARNES

 

 

Panela no Forno

 

Este é um prato típico da Covilhã, só nesta região se pode apreciar este manjar. A Panela no Forno é um prato muito ligado à cozinha operária (a Covilhã foi sempre uma cidade ligada aos lanifícios), que por uma questão de economia, teve a tendência de aproveitar as partes pobres do porco. O resultado foi a criação de um prato extremamente, apaladado em que os sabores vêm da diversidade das várias carnes e ervas.

 

É composto pelos seguintes ingredientes: dobrada, carnes de porco (pé de porco, orelheira e toucinho entremeado), ervas aromáticas, serpão, hortelã, tomilho, louro, salsa, chouriços, farinheiras e morcelas.

 

 

 

Cabrito na Telha

 

A telha, dita "caleira", era utilizada como travessa pelos mais pobres e servia, ao mesmo tempo, para conservar o tempero do preparado do cabrito de leite confecionado com azeite, vinagre, sal, salsa e picante.

 

 

 

Feijoada de Cabritinho com Grelos

 

Este prato é uma criação da Sr.ª D. Maria João ferreira Pinto. Recorreu aos produtos da Região e criou este delicioso prato. São necessários os seguintes ingredientes: cabrito pequeno, feijão vermelho, azeite, alhos, cebola, tomate concentrado, louro, tomilho, sal e vinho tinto.

 

 

 

Cabrito em Brasa de Azinho

 

Das boas pastagens da Beira Alta, o cabrito apenas com sal e com um corte especial é assado em lenha de azinho, que é o segredo do seu paladar tenro e suculento.

 

 

Cabrito à Serrana

 

Um dos mais típicos pratos da Serra da Estrela, este é o famoso Cabrito Assado no Forno. O que faz a diferença é de ser o Cabrito da Serra da Estrela que, como é sabido, é o cabrito mais saboroso do País, devido aos pastos de que dispõe.

 

Cabrito, cebolas, sal, azeite, pimenta, uma pitada de noz-moscada, vinho tinto.

 

 

 

Caldeirada de Cabrito

 

Este é mais um dos tão apreciados pratos de cabrito. É composto por camadas alternadas de batata, cabrito, tomate, pimento vermelho e cebola.

 

Ingredientes: cabrito, batata, pimento, cebola, azeite, tomate pelado salsa, vinho branco, outra bebida para dar sabor, alho, piripiri e sal.

 

 

 

Feijoca à Senhora do Monte

        

A feijoca é cultivada nesta Região e é um prato muito forte e de grande alimento, próprio para combater o frio.

 

Feijocas; chispe de porco; orelha de porco; entrecosto; cebola; tomate; cenoura; dentes de alho; chouriço de carne; dobrada; morcela; azeite; sal e piripiri.

 

 

 

Grão-de-bico à Moda da Arrifana

 

Um bom regenerador de forças, o Grão-de-bico é confecionado com carne de porco e vitela, enchidos da Região, salpicados de laranja e acompanhado com arroz.

 

 

 

Arroz de Carqueja

 

Trata-se de um prato muito antigo da Gastronomia da Serra da Estrela e que nos últimos anos tem sido objeto de um grande relançamento. É evidente que a Carqueja é o ingrediente mais forte para o sabor deste prato.

 

Ingredientes: Entrecosto cortado fino, cebolas, dentes de alho, sal, pimenta, vinho tinto e branco, arroz agulha, azeite e água de carqueja.

 

 

 

Chispe à Moda de Trancoso

 

Prato muito apreciado na zona de Trancoso. Da carne de porco surge este prato de chispe com ovos, azeite, sal e alho.

 

 

 

Febras à Moda da Feira

 

Prato tradicional confecionado na Região em dias de festa ou feira. Ingredientes: febra, batata, pimentão, azeite, sal, alho, vinho tinto.

 

 

 

PRATOS DE CAÇA

 

 

Javali à Caçador

 

António Cleópatra, quando andava pelas suas propriedades, viu um caçador com um javali na carroça, e logo perguntou se o queria vender.

 

De seguida convidou o caçador a cozinhar o javali para uma festa que ele ia dar na sua propriedade.

 

O nome que António Cleópatra deu àquele cozinhado perante os seus convidados foi "javali à caçador".

 

Foram utilizados os seguintes ingredientes: javali, vinho branco, concentrado de tomate, cogumelos, folhas de louro, estragão picado, cebolas picadas, chouriço de carne às rodelas, brandy, gotas de vinagre, cerveja preta, sal e pimenta.

 

 

 

Javali com Feijão

 

Este é mais um prato suculento e consistente da Região da Serra da Estrela.

Ingredientes: javali, feijão, cebola, azeite, sal, pimento, noz-moscada, colorau e cerveja preta.

 

 

 

 

Coelho Grelhado com Alecrim e Carqueja

 

E o coelho, de repente, escondeu-se debaixo da carqueja, na altura das sementeiras; foi, então, rodeado pelos cavadores, que depressa chamaram o ganhão (pessoa que ia à frente do gado durante o lavrar da terra). Sem um tiro nem uma paulada, o coelho depressa passou para a fogueira juntando-se à carqueja e adicionando alecrim e outras ervas.

 

Ingredientes: coelho, carqueja, dentes de alho, folhas de louro, azeite, sal, pimenta e alecrim.

 

 

 

Coelho Estufado com Ameixa

 

Confeccionado com ameixa, cebola, azeite, batata e vinho fino, o coelho, em época de Natal, é substituído por por peru.

 

 

 

Arroz de Lebre Malandrinho

 

O facto de a caça ser uma tradição nesta Região, faz com que se dêem asas à imaginação, e surjam aqui diversos pratos com base nos animais caçados.

O Arroz de Lebre Malandrinho é um dos mais apreciados.

Ingredientes: lebre, arroz, azeite, tomate, cebola, louro, alho, cenoura, piri-piri, salsa e sal.

 

 

 

Perdiz de Escabeche de Alpedrinha

 

Mais um dos variadíssimos e saborosos pratos de caça. Composto por: perdiz, vinagre, azeite, sal e alho.

 

 

 

 
Sobremesas
 

Gargantas de Freira

 

 

Francisco Muñoz Gomes (Paco), um espanhol que vivia em Lisboa, ao ir viver para a Covilhã, abriu a “Confeitaria Lisbonense”, no início deste século. Então criou este doce, dizendo que era uma receita proveniente de um convento e daí o nome “Gargantas de Freira”. Este leva fios de ovos enrolados em capa de hóstia.

 

 

Rapsódia

 

Rapsódia foi criada por SRª D. Isabel Varão e é composta por 4 sobremesas da Região: doce de abóbora, requeijão, arroz doce e leite-creme. Para provar esta iguaria terá que se deslocar a Gouveia.

 

 

Tigelada

 

Na tentativa de aproveitar os ovos das galinhas, na região de Oliveira do Hospital criaram-se várias sobremesas, das quais se destaca a tão apreciada Tigelada. Esta surgiu da junção de ovos com leite, farinha maizena, açúcar e canela em pó. Esta é mais uma deliciosa sobremesa beirã.

 

 

Cavacas de Pinhel

 

Nasceram das cozinhas dos velhos Conventos de Portugal as melhores iguarias da mesa Portuguesa.

Do Convento de Santa Clara de Pinhel nasceram as saborosas Cavacas, que, criadas há centenas de anos, ainda hoje são delícia a apreciar.

Cantaram-nas os poetas e os músicos nas suas composições, e em 1939, constituíram um “Quadro de Revista” que nunca mais se esquece.

A sua receita contém: ovos, farinha, óleo de girassol e baunilha.

 

 

 

Bolo de Azeite

 

É uma tradição do dia de Todos os Santos e na época da Páscoa os padrinhos de batismo oferecem, ainda hoje, aos afilhados este Bolo composto por azeite, ovos, farinha e sal.

 

 

 

Biscoitos

 

Estes biscoitos são uma tradição na Covilhã, Fundão e na Guarda, onde são conhecidos por “Cristas”.

Habitualmente este Bolo, pouco doce, acompanha a hora da tomada do chá.

 

 

 

Talassas

 

Típicas da Covilhã, as Talassas contam com os seguintes ingredientes: farinha, ovos, açúcar e manteiga.

 

 

Sardinhas Doces de Trancoso

 

As irmãs do Convento de Santa Clara, em Trancoso, eram detentoras de autênticas especialidades a nível de doçaria. Como as morcelinhas de amêndoa, o folar da Páscoa, o bolo doce que acompanhava o queijo de ovelha amanteigado, as cavacas e a bola de folhas.

 

Para além destes doces o mais famoso é sem dúvida as tradicionais Sardinhas Doces de Trancoso, sem escamas nem espinhas e com tripinhas de amêndoa.

 

O Convento de Santa Clara iniciou-se com 4 irmãs e estas, para poderem sobreviver, começaram a fabricar os doces acima mencionados.

 

Após a morte das outras irmãs, Maria da Luz, conhecedora da receita das Sardinhas Doces de Trancoso, recusou-se a divulgar o segredo da receita. Porém, alguém pertencente ao convento, após a morte da irmã, revelou o segredo.

 

Ingredientes: farinha de trigo; azeite; ovo; sal fino; água para a massa. No Recheio: açúcar; gemas batidas; miolo de amêndoa e água. Na cobertura: tablete de chocolate; açúcar amarelo e margarina.

 

 

 

Requeijão à Moda da D. Rosalina

 

Há mais de 50 anos que a Srª. D. Rosalina Camelo teve a brilhante ideia de fazer acompanhar o requeijão fresco com doce de abóbora salpicado de amêndoa triturada. Esta sobremesa é já hoje considerada um ex-libris da Região.

 

 

 

Pudim de Requeijão de Trancoso

 

Também esta sobremesa faz parte da tradicional doçaria de Trancoso contendo os seguintes ingredientes: açúcar; requeijão; farinha; gemas de ovos; claras; licor de amêndoa e raspa de limão.

 

 

Doce de Requeijão com Amêndoa

 

Em Trancoso fabrica-se o queijo de ovelha, daí ser utilizado nas sobremesas. Em relação às amêndoas, elas vêm da Meda ou Vila Nova de Foz Côa (açúcar; gemas de ovos; água; requeijão e miolo de amêndoa).

 

 

Queijadinhas Serranas

 

Como em toda a Região da Serra da Estrela havia doces típicos alusivos a ela, o Sr. Francisco, proprietário de uma pastelaria, na Covilhã, decidiu, também ele, criar um doce com requeijão e daí nasceram estas afamadas Queijadinhas Serranas feitas à base de farinha, ovos, açúcar e requeijão).

 

 

Filhós

 

É uma tradição da época de Natal. Em toda a boa mesa desta região, devem constar filhoses feitas à base de uma massa composta por farinha, ovos, azeite para fritar, fermento, azeite e um cálice de aguardente. De referir que se deve amassar a massa nos joelhos. Depois de bem amassadas e esticadas, fritam-se em azeite.

 

 

Rabanadas da Beira

 

As Rabanadas fazem, também, parte da tradição de Natal. Levam leite de cabra, farinha de trigo sem fermento, ovos, sal e pão de trigo (Sêmea); depois de fritas em azeite virgem, são pulverizadas com açúcar e canela.

 

 

 

 

Lampreia de Ovos

 

Sobremesa tradicional nas duas épocas festivas, Natal e Páscoa. Tanto pode ter o formato de uma lampreia, como de uma galinha com pintainhos. Ingredientes; fios de ovos.

 

 

Órgão

Mais uma deliciosa sobremesa da cidade da Covilhã. Ingredientes: ovos, farinha, açúcar, manteiga, aguardente, sal e azeite (para a massa); açúcar, amêndoa, gemas e fios de ovos (para o recheio e ornamentação).

 

 

 

Massapães

 

Tradicionais da Covilhã, os Massapães são compostos por: açúcar, amêndoa, clara de ovo e hóstia.

 

 

Papas de Carola

 

Sobremesa muito popular, na época de Inverno, na Covilhã e na Guarda, é confeccionada à base de milho, finamente moído, amarelo ou branco e que tanto pode ser servida quente como fria. Ingredientes: milho moído; leite; água; açúcar; sal e canela.

 

 

Arroz Doce

 

O tão conhecido e tradicional doce é feito em pequenas porções com ovos caseiros, açúcar, arroz e leite com casca de laranja. É enfeitado com canela em pó, em desenho gradeado.

 

 

Leite Creme

 

Esta sobremesa simples e saborosa é composta por ovos caseiros, açúcar, farinha e leite fresco. É queimado, na hora, com ferro em brasa, aquecido nas brasas das lareiras.

 

 

Casamento Feliz

 

Sobremesa tradicional das aldeias do concelho de Seia, servido em dias de festas, “casamentos”, é realmente feliz esta ligação do arroz doce confeccionado sem ovos e coberto depois com leite-creme queimado.

 

 

 

Gastronomia Judaica

 

Comida Kasher

 

Na vila de Belmonte, que integra a Região de Turismo da Serra da Estrela, existe a última comunidade peninsular de origem Cripto-Judaica a sobreviver enquanto tal.

 

Os costumes dos judeus na gastronomia assentam no facto de não comerem carne de porco, coelho e peixe sem escamas.

 

Antes de comerem os animais, existe todo um processo que se baseia no facto de o animal ter de ser morto e vistoriado pelo Rabino que acompanha todo o processo. Deste modo, ao animal, depois de morto, são-lhe retiradas todas as gorduras e os veios. Depois é desmanchado e colocado em água e sal durante um período nunca inferior a meia hora para que, deste modo, saia todo o sangue. De seguida, a carne é guardada, encontrando-se pronta para ser comida.

 

Todos os alimentos consumidos pelos judeus são vistoriados pelo Rabino (vinho, sumos, bolachas, tudo). Todo este processo é designado por Kasher (puro).

 

Uma outra tradição é o facto de cada utensílio da cozinha ter só uma função, isto é, a faca de cortar a carne ou a panela do leite não podem servir para outros serviços.

 

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