BAIRRO DA ESTAÇÃO
No dia 26 de Maio de 1950 foi deita a escritura de compra de três propriedades e parte de outra junto à estação do caminho-de-ferro e da cadeia desta cidade, pela quantia de 720.000 escudos como consta do livro de Atas nº 17 da Câmara Municipal da Covilhã, à família Santos Viegas de Seabra, representada por Aldegundes Maria Pinto Mesquita; como segundo outorgante estavam presentes: Anthero Frederico de Seabra e sua esposa Maria Augusta dos Santos Viegas de Seabra e Maria Hermínia dos Santos Viegas de Seabra representada pela Aldegundes Maria Pinto Mesquita. Como terceiro outorgante: Dr. Carlos Coelho, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã.
Estas propriedades encontravam-se descritas na Conservatória do Registo Predial da Comarca da Covilhã, sob o nº 28362 e inscritos na matriz rústica da freguesia de Santa Maria Maior, sob o nº 436 denominadas «chindeiras». As restantes propriedades tinham número 759 inscrito na matriz rústica da freguesia de Santa Maria Maior sob. o nº 492 e o último terreno também se encontrava descrito na referida conservatória sob o nº 23496, inscrito na matriz rústica da freguesia de Santa Maria Maior sob o nº 434.
A Câmara Municipal da Covilhã vendeu, ao Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, 30 lotes de terreno no local da estação de caminho-de-ferro da Covilhã, por 806.058 escudos, onde foi implementado o bairro social de rendas económicas, para alojar famílias operárias.
Construído em três fases de construção bastante distintas entre si:
A 1ª fase de construção inicia-se em 1955, um quarteirão fechado de 15 lotes com logradouro no interior composto por 83 fogos e 8 lojas; O bairro caracteriza-se por blocos de habitação coletiva de três a quatro pisos e apresentam 7 tipologias diferentes.
A 2ª fase inicia-se em 1961 e caracteriza-se por blocos de habitação coletiva isolados; inicialmente estava prevista a construção de 11 blocos, tendo sido apenas construídos 6.
A 3ª fase construída no ano de 1963, em 2 blocos isolados, com uma altura de 4 andares.
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DA COVILHÃ – CASA DOS MAGISTRADOS
No dia 13 de fevereiro de 1950 foi feita a escritura de compra e venda de uma casa e de uma propriedade rústica no sítio da estação de caminho-de-ferro desta cidade, a Beatriz Augusta Leal dos Santos Gascão Nunes, pela quantia de 850.000 escudos – consta no livro de Atas número 16 da Câmara Municipal da Covilhã.
Estes prédios encontravam-se descritos na Conservatória do Registo Predial da Comarca da Covilhã, sob o número 9826, livro b. 28 e 22.279 livro b. 59.
O Tribunal Judicial da Comarca da Covilhã e a residência dos magistrados foram inaugurados no ano de 1957, tendo sido construído em pedra da região e é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade. Dispõe de uma sala de audiências com um grande painel de azulejos representando a justiça e de uma secção central que dá apoio à secção do 1º Juiz, do 2º Juiz e do 3º Juiz, Serviços do Ministério Público, Conservatória do Registo Civil e Arquivos.
Junto a este edifício foi construído um outro, em pedra da região, para residência dos Magistrados.
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
URBANIZAÇÃO NA ZONA DO CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO
No dia 7 de Março de 1977 foi feita a escritura da venda de um lote de terreno, pela quantia de 350.000 escudos. À Câmara Municipal da Covilhã, para construção urbana, sito no Bairro da Estação, na zona do bloco estrela, com a área de 297 m2, onde foram construídos vários blocos habitacionais e o Centro Comercial da Estação, a Pedro Francisco Pereira Baptista, sua esposa Fernanda Pinto André Mendes Baptista; António Augusto de Ascensão casado com Olga Fernanda de Oliveira Marques; António José Castela, José Carlos Adonis Gomes de Almeida; Manuel Duarte da Costa; José Tomás Amaral; José Carlos Cavaca Gouveia; Carlos Alberto da Silva Gomes e Joaquim dos Santos Belo.
Atualmente a urbanização do Bairro da Estação tem os seguintes topónimos: Rua Conde da Ericeira; Rua da Misericórdia; Rua Arquiteto Calais; Rua João Alves da Silva (antiga Rua Heróis de Dadrá); Rua D. Sancho I; Avenida 25 de Abril (antiga Avenida de Salazar); Largo Francisco Sá Carneiro; Praceta Dr. Duarte Simões; Rua Zeca Afonso; Rua Mateus Fernandes; Rua de Acesso à Estação; Avenida Europa; Rua Irmãos Bonina; Rua António Lopes e Avenida Rio de Janeiro.
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
ESTABELECIMENTO – PRISIONAL REGIONAL DA COMARCA DA COVILHÃ
No ano de 1949 a Câmara Municipal da Covilhã expropriou, a Barbara de Jesus Gigante, um terreno sito na Rua Conde da Ericeira ou Cruz da Rata, freguesia de São Pedro, Concelho da Covilhã, composto de uma casa com rés-do-chão e primeiro andar, com superfície de dez mil e cinquenta metros quadrados e logradouro com a área de dois mil cento e cinquenta metros quadrados, inscrito na matriz predial sob o artigo no 323 da freguesia de São Pedro, com o valor tributável de vinte e três mil oitocentos e quarenta e dois escudos e quarenta e cinco centavos.
Esse terreno foi destinado à construção do Estabelecimento Prisional Regional da Comarca da Covilhã que se efetuou na década de 1950.
Foi construído na década de 1950
O edifício tem a forma geométrica de um octógono, e arquitetura do Estado Novo.
É um belo edifício, com dois pisos e de grande dimensão rodeado por um muro a toda a volta e é propriedade da Câmara Municipal da Covilhã.
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
ACONDICIONAMENTO TÊXTIL
A construção do Acondicionamento Têxtil foi adjudicada, em 1950, por um concurso à empresa Construtora Abrantina Lda. pela quantia de três milhões novecentos e trinta e seis mil e trezentos e sessenta e sete escudos, de acordo com o projeto da autoria do arquiteto Rodrigues Lima, tendo o custo final da obra e equipamentos ultrapassado os vinte e cinco mil contos, valores provenientes na integra dos fundos da Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios «F.N.I.L.».
No dia 25 de janeiro de 1950, a Câmara Municipal da Covilhã celebrou a escritura de venda de uma parcela de terreno no sítio da cadeia, freguesia de Santa Maria Maior a José Laureano de Moura e Sousa e seu representante, membro da direção da Federação Nacional dos Industriais dos Lanifícios.
Este equipamento de natureza técnica tinha, por finalidade o controlo de qualidade de todos os produtos e matérias-primas relacionadas com a indústria de Lanifícios.
A 28 de junho de 1952 foi inaugurado o edifício do Acondicionamento e Laboratório Têxtil da Covilhã.
Em 1982, o imóvel foi encerrado.
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
ESCOLA SECUNDÁRIA FREI HEITOR PINTO
O Liceu Municipal da Covilhã foi criado por publicação do Decreto-Lei nº 23.685, de 21 de Março de 1934, que contém apenas dois artigos de seguinte teor: “art. 1º - é criado na cidade da Covilhã um liceu municipal, de frequência mista, que deverá funcionar a partir do ano letivo de 1934/1935 e será regido pelas disposições do Estatuto do Ensino Secundário, aprovado pelo Decreto com força de lei nº 20.741, de 18 de dezembro de 1931, e dos decretos com força de lei nºs. 21660 e 21706 e respetivamente de 3 de junho e de 17 de setembro 1932 art. 2º - é revogado o Decreto nº 20.930, de 20 de fevereiro de 1932”.
A Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Covilhã apresentou ao Governo a proposta para construção de um edifício expressamente destinado a liceu, independentemente da Escola Industrial Campos Mello, para poder começar a funcionar em Outubro de 1934.
Estava dado o primeiro passo para a satisfação dos covilhanenses a nível escolar. Havia porém, muitas contrariedades quanto à escolha do patrono do liceu, uma vez que o carisma intelectual e de patriotismo de Frei Heitor Pinto se coadunava perfeitamente com o título desejado. “A Comissão Municipal, presidida pelo Dr. Almeida Garrett atendendo ao Cedreto nº 21706, tem a faculdade de prestar homenagem a uma personalidade local que se tenha distinguido pelos seus serviços à Pátria e ao Município”. A 7 de agosto de 1934, no Decreto-lei nº 24312, é atribuída a designação do liceu Heitor Pinto àquela escola e no primeiro ano matricularam-se 182 alunos, de ambos os sexos, sob a lecionação de seis professores incluindo o Reitor.
O edifício do Liceu Heitor Pinto funcionou na Rua dos Combatentes da Grande Guerra até ao ano de 1968, passando depois a funcionar na Avenida Salazar, hoje 25 de Abril, em novos edifícios com diversos pavilhões construídos de raiz.
No dia 21 de março de 1970 o Liceu Nacional da Covilhã foi inaugurado por Sua Exª. O Presidente da República Almirante Américo da Deus Rodrigues Tomás.
Em 1974 passou a designar-se a Escola Frei Heitor Pinto.
Cronologia dos Reitores e Presidentes
Reitores
Dr. Manuel Rabaça – 1934-1936
Dr. Feliciano Ramos – 1937-1938
Dr. Paulo Sousa – 1938-1939
Dr. Joaquim Vasco – 1939-1950
Dr. João Fonseca Silva – 1950-1954
Dr. Alfredo Antunes dos Santos – 1954-1959
Dr. José Abrantes da Cunha – 1959-1967
Dr. Domingos Rijo – 1967-1974
Conselho Diretivo da Escola Secundária Frei Heitor Pinto
Drª Vitoria Campos – 1974-1975
Dr. Luís Canas Ferreira – 1975-1978
Drª Leonor Abreu – 1978-1980
Dr. Fernando Panarra – 1980-1984
Dr. Luís Alberto Amoreira – 1984-1986
Dr. Fernando Panarra – 1986-1991
Conselho Executivo
Dr. Aníbal José Trindade J. Mendes – 1991-1993
Drª Maria Cabral Nogueira – 1993-1994
Drª Fernanda da Costa – 1994-1997
Dr. José Manuel Gonçalves Rodrigues – 1997-2002
Dr. Aníbal José Trindade J. Mendes – 2002-2009
In História da Freguesia de São Pedro da Covilhã, de António Garcia Borges
In “BAIRROS DA COVILHÔ de António Garcia Borges
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELLO
A família Campos Mello pensou num estabelecimento para uma escola industrial na Covilhã. Outras cidades e vilas pretenderam o mesmo do Governo, simplesmente, coube À Covilhã a honra de ter sabido convencer os poderes públicos, numa luta porfiada que durou vinte anos.
Ao fim desse tempo, um ilustre covilhanense, José Maria Veiga da Silva Campos Mello, lutou junto do seu antigo condiscípulo o companheiro de viagens, o então Ministro das Obras Públicas, António Augusto de Aguiar, pela fundação da Escola Industrial da Covilhã.
Foi no reinado de D. Luís I que se fundou, então, a Escola Industrial Campos Mello, e a Covilhã pode-se orgulhar de ter a escola industrial mais antiga do país. Tudo se deve ao industrial José Maria Veiga da Silva Campos Mello e à sua persistência que levou o governo, do qual eram ministros Hintze Ribeiro e António Augusto de Aguiar, a aprovar o Decreto-Lei do Diário do Governo de 3 de Janeiro de 1884.
A Escola Industrial Campos Mello foi instalada na rua Fernão Penteado, num edifício muito próximo da Igreja da Nossa Senhora da Conceição, cedido pela Câmara Municipal da Covilhã.
No Decreto-Lei de 14 de Dezembro de 1897, subscrito por António José da Cunha, no qual a Escola Industrial Campos Mello é englobada indistintamente com outras escolas, previam-se as seguintes disciplinas: desenho, matemática, tecelagem, debuxo, Língua Portuguesa e lavores femininos.
O Decreto de Manuel Francisco Vargas, de 14 de Dezembro de 1901, restabelecendo um pouco daquele espírito incluído no Decreto de António Augusto de Aguiar, não traz à Escola Industrial Campos Mello grandes vantagens práticas. Uma disposição semelhante à do decreto anterior impede, do mesmo modo, o provimento das disciplinas que lhe são atribuídas.
Só em 1905 é contratado um novo mestre de tecelagem, recomeçando então o ensino no prático de debuxo, e começa a ser lecionada a disciplina de língua Francesa.
A Escola começa a aumentar o número de alunos e o edifício não se ajusta às suas necessidades, razão por que, em 1912, é transferida para o edifício que a Companhia de Jesus estava a construiu na Covilhã, por os Jesuítas terem sido expropriados do seu edifício e bens quando se implantou a República. O sumptuoso edifício, construído expressamente para um colégio católico, com ótimas salas para aulas e amplos corredores, um vasto salão e grandes pés direitos, ofereceu excelentes instalações para uma escola industrial reservando-se o andar térreo para as oficinas.
No ano de 1918 a escola passou a designar-se Escola Industrial de Lanifícios Campos Mello, mas, em 1921, voltou a mudar de nome, passando a chamar-se Escola Industrial Campos Mello da Covilhã e, no ano de 1948, passou a Escola Industrial e Comercial Campos Mello.
Por motivo de a Escola já ser pequena para a população do concelho da Covilhã, no ano de 1950 começou a ser construído um novo edifício nos mesmos terrenos da escola, que foi inaugurado no ano de 1955.
Em frente ao mesmo edifício, na Avenida 25 de Abril, foi construído um monumento em homenagem ao patrono José Maria Veiga da Silva Campos Mello, que foi inaugurado em 1970. Nesse ano, a Escola Industrial começou a designar-se por Escola Técnica Campos Mello e no ano de 1979, volta a mudar de nome e a chamar-se Escola Secundária Campos Mello.
Nos princípios do ano 2000, iniciou-se a construção de um novo edifício para ser utilizado como Pavilhão Gimnodesportivo, que foi inaugurado em 2003. Perfazendo com os dois anteriores um triângulo.
Desta escola saíram grandes técnicos que deram fama à industria covilhanense tanto no país como no estrangeiro, o que se deve também aos bons professores que, ao longo da sua história, quiseram partilhar o seu saber tal como a sua técnica.
Para recordar os cursos que existiram na Escola, a Presidente da Comissão Executiva, Drª Isabel Maria de Almeida Lopes Fael, com a colaboração dos seus colegas, construiu dentro deste edifício um belíssimo museu com várias secções dos cursos lecionados e que foi inaugurado no ano de 2004.
Cronologia dos Diretores e Presidentes
Patrono
José Maria Veiga da Silva Campos Mello
Diretores
Professor – José da Fonseca Teixeira – 1884-1914
Professor – José Maria Campos Mello – 1914-1916
Professor – Joaquim Porfírio – 1916-1922
Professor – José Farias Bichinho – 1922-1930
Engenheiro – Ernesto de Campos Mello e Castro – 1930-1966
Dr. Duarte de Almeida Cordeiro Simões – 1966-1967
Dr. Augusto Rodrigues Guimarães – 1967-1974
Encarregado Interino da Direção
Dr. José de Oliveira Dias – 1974
Presidente do Concelho Diretivo
Dr. Rui Delgado – 1974-1976
Dr. Joaquim Ferreira de Almeida – 1976-1977
Dr. João Martins – 1977-1978
Professor Rodolfo Romeno Passaporte – 1979-1980
Drª Maria de Ascensão A. A. Figueiredo Simões – 1980-1986
Professor Ricardo dos Reis Matos – 1986-1992
Dr. António Jesus Gomes Ivo – 1992-1998
Comissão Executiva Provisória
Dr. Jorge Augusto Neves Wahon – 1998-1999
Drª Isabel Maria Marques de Almeida Fael – 1999-2009
In História da Freguesia de São Pedro da Covilhã, de António Garcia Borges
Como filho de Jorge de Jesus, ex professor da Escola Secundária Campos Melo, não podia deixar de colocar uma foto, que representa uma vida a ensinar e partilhar conhecimentos relacionados com a Indústria Têxtil...
Video elaborado por José Pereira Santos in
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