Outras Fotos da Covilhã
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TEATRO CINE DA COVILHÃ
O Teatro Cine da Covilhã foi construído no local onde existia a Fonte das Três Bicas e o Teatro Covilhanense. A sua construção iniciou-se por volta do ano de 1940, tendo sido feita a sua inauguração a 31 de Maio de 1945, pela companhia Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro.
A arquitetura deste teatro é ao estilo do Estado Novo; o edifício foi mandado construir pela família Pina Bicho. Continua nos nossos dias a ser utilizado para a maior parte dos eventos culturais da Covilhã: Teatro, óperas, Concertos Musicais, concursos internacionais como o de Piano e Cordas, Cinema, Bailados, Exposições, Bailes de Gala, Feiras do Livro, Colecionismo, entre outros.
No mesmo edifício, também estava instalado o Café Montalto, inaugurado na mesma data do Teatro Cine. Este café era o espelho da aperaltada burguesia da cidade da Covilhã, predominantemente composta por industriais e empregados da indústria de lanifícios, e de outras figuras ligadas ao poder e ao dinheiro.
Encontrando-se situado em pleno coração da cidade (Praça do Município), aque eram realizados inúmeros negócios pelos industriais de lanifícios.
Naquela época, este café era o mais amplo e luxuoso que existia na Covilhã e, por isso, a fina flor da cidade, se algum operário ou trabalhador doutras profissões entrasse neste estabelecimento, via isso com maus olhos e até com certo desprezo.
As gentes simples não sentiam À-vontade em aí ir beber um café, devido à maneira como seriam vistos pelos seus patrões e empregador.
Após o 25 de Abril de 1974, a população operária, ao regressar de uma festa que se realizou no Parque Florestal, deu uma volta ao Pelourinho e entrou neste estabelecimento; então, um dos populares subiu para uma mesa e gritou em voz alta; isto é a nossa Bastilha.
Passado algum tempo. O café acabou por encerrar as suas portas. Atualmente o que resta do Café Montalto é a frontaria, o seu interior foi transformado numa agência bancária.
In História da Freguesia de São Pedro da Covilhã, de António Garcia Borges
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ADEGA COOPERATIVA DA COVILHÃ, C.R.L.
A Adega Cooperativa da Covilhã foi fundada em 1954, com 147 associados, tendo efetuada a sua primeira vindima em 1957. A data da sua constituição foi 24 de Fevereiro de 1954.
Durante os primeiros anos da sua existência, a Adega Cooperativa da Covilhã esteve mais vocacionada para o fabrico e venda de vinho a granel, tendo mais tarde iniciado as primeiras iniciativas de engarrafamento, então manual.
A partir da década de 70, foi adquirido um sistema de enchimento smi-automático, que permitiu um ligeiro crescimento nas vendas de vinho engarrafado.
Com a entrada da Portugal da CEE, também a Adega Cooperativa da Covilhã se viu “obrigada” a iniciar um processo de modernização que ainda hoje perdura.
No final da década de 80, a Adega Cooperativa da Covilhã já comercializava três marcas; PEDRA DO URSO, PIORNOS e CONDE JULIÃO (em exclusivo para a Viniparra).
Hoje tem quase 1200 associados no ativo, com uma área social e geográfica que ultrapassa amplamente os limites do concelho da Covilhã, estendendo a sua influência também aos concelhos de Manteigas, Belmonte e ainda algumas freguesias do concelho da Guarda e do Sabugal, numa extensão de aproximadamente 1500 hectares de vinha.
Em termos de produção anual a Adega Cooperativa da Covilhã engarrafa cerca de 4.000.000 de garrafas, repartidas pelas seguintes marcas: Vinho de Mesa “PEDRA DO URSO”; Vinho Regional “SETE FONTES”; DOC “TERRAS DE CABRAL”; DOC “PIORNOS”; DOC “COLHEITA DO SÓCIO”; DOC “PIORNOS” (Monovarietais); Aguardentes “PIORNOS ZIMBRO” e “CENTUM CELLAS”; Jeropiga “PIORNOS”; Abafado “PIORNOS”; Vinho Kosher “TERRAS DA BEIRA”.
A capacidade de vinificação é cerca de quatro milhões e meio de litros de vinho. São 25 os funcionários desta adega, podendo atingir o dobro em períodos de Vindimas, que decorrem, normalmente, de finais de Setembro até meados de Outubro.
In, História da Freguesia de Santa Maria – Covilhã, António Garcia Borges
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LACTÁRIO DE NOSSA SENHORA DA COVILHÃ
Nos anos de 1920/30, as Senhoras D. Maria Ilda Catalão Espiga e D. Adelaide Ranito Catalão, alertaram a população covilhanense, e as entidades de então, para o problema da mortalidade infantil que, na altura se fazia sentir de forma muito grave.
Foram coadjuvadas por um grupo de senhoras com mo mesmo sentir, que apareceram voluntariamente, com o desejo de fazerem algo contra a preocupante situação.
Assim, com o firme propósito de possibilitarem a adequada profilaxia às famílias mais carenciadas, de forma a conseguir que as crianças se libertassem do flagelo da morte, fundaram o “Lactário de Nossa Senhora da Covilhã”.
Para que essa obra tivesse corpo e vida, era indispensável a ajuda, não só das entidades oficiais mas também de todos os covilhanenses com meios económicos para o efeito.
Não se fez esperar essa ajuda e, consequentemente, nesse distante dia 3 de Maio de 1931, abriu-se a porta de uma pequena e modesta casa, na Rua do Senhor da Paciência, onde nasceu uma obra de profundo alcance social, em defesa da saúde e da vida das crianças pobres da Covilhã. O “Lactário”, como vulgarmente era conhecida tão útil obra de assistência infantil, conseguiu-se com o trabalho gratuito de um grupo de senhoras.
Animadas por um espírito de caridade, todas trabalhavam graciosamente. Faltava a esta sublime obra a imprescindível assistência médica, bem precioso para a saúde de todas as crianças.
Passado algum tempo, regressado de Paris, chega à Covilhã, sua terra Natal, um jovem médico, o Dr. José Ranito Baltazar. Depois de se ter especializado, em obstetrícia e puericultura, imediatamente se disponibiliza a prestar gratuitamente os seus serviços.
Assim, o Lactário começou a aprestar assistência médica e medicamentos, acompanhadas de conselhos de higiene, e passou a fornecer diariamente, em doses certas para cada caso, leite fresco, farinha e leite em pó, a um número elevado de crianças.
As instalações eram muito, reduzidas; mas, com a ajuda do Dr. José de Almeida Eusébio, conseguiu-se a aquisição de um imóvel que, pela sua amplitude, veio a constituir umas instalações que, depois de adaptadas, eram condignas para o bem exercício da plena atividade do “Lactário”.
In, História da Freguesia de Santa Maria – Covilhã, António Garcia Borges
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CASA DOS MAGISTRADOS
Este edifício, na sua origem, foi destinado a habitação dos Juízes de Fora, designados como Ministros Territoriais.
A data da construção reporta-se à segunda metade do século XVIII. Em estilo Pombalino, com características marcantes da arquitetura da época, a fachada principal é constituída, no rés-do-chão, por arcadas, que funcionavam como armazém de cereais; no segundo piso, são visíveis janelas de sacada e ao centro uma pedra de armas, emoldurada com a coroa do Reino.
A construção é remontada por pilastras de aparelho isódomo.
A sua última utilização deu-se como Registo Predial e Repartição de Finanças.
A cave foi arrendada pela Câmara Municipal à Casa Leão (comércio) para armazém de ferragens.
Este edifício, ímpar na Covilhã, foi totalmente recuperado e transformado em espaço cultural. Foi classificado, pelo Decreto-Lei nº 5, de 19 de Fevereiro de 2002, como Imóvel de Interesse Público.
Em frente a este edifício, no passado, eram julgados os pleitos, pelos juízes e homens bons da avila, num local que fazia parte do adro da Igreja de Santa Maria. Durante as obras de requalificação da zona, foram encontradas, três sepulturas medievais, que se supõe datadas dos Séculos XIII/XIV, integralmente escavadas na rocha com orientação Nascente/Poente, talvez com carácter simbólico, e como forma de recordar a crença popular – “Quando mais perto as sepulturas estivessem das igrejas, mais fácil seria a entrada no Paraíso”.
Numa tão nobre parte da cidade, a presença das sepulturas, depois da requalificação do local, ficou marcada no pavimento através da colocação de cubos de granito de cor diferente da do espaço envolvente.
In, História da Freguesia de Santa Maria – Covilhã, António Garcia Borges
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MUSEU DA ARTE E CULTURA
Na Rua António Augusto de Aguiar, no dia 14 de Junho de 1907, junto à Praça do Município, deflagrou um incêndio que ficou conhecido como o incêndio da mineira.
Dos escombros foi construído, por volta de 1920, um edifício de 5 pisos com frontaria em azulejos cuja arquitetura é pura Arte Nova cujo projeto é do Arquiteto Ernesto Norrodi, para aí funcionar o Banco Nacional Ultramarino.
Após a saída do banco, a Câmara Municipal da Covilhã adquiriu o edifício que foi utilizado como armazém até ser recuperado.
Nos princípios do século XXI, a parte interior do edifício foi toda reconstruída para ai funcionarem alguns serviços da Câmara Municipal da Covilhã e para exposições.
No dia 1 de Agosto de 2008, foi inaugurado o Museu de Arte e Cultura (PATRIMONIVS) com mais de cem obras de arte de cariz religioso e arquitetónico que fazem parte da coleção reunida pelo Município da Covilhã e Associação Cava Juliana e que retratam uma parte da história patrimonial do Concelho.
In História da Freguesia de São Pedro da Covilhã, de António Garcia Borges
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MERCADO MUNICIPAL
Nos fins dos anos 30 do século passado, a Câmara Municipal da Covilhã tinha como preocupação construir um edifício para centralizar os mercados que se realizavam em diversos locais da cidade ao ar livre.
O terreno escolhido, para a construção deste espaço, foi o espaço situado em frente às muralhas entre o Postigo da Barbacã e a Porta de São Vicente, que faz um ângulo reto com a Rua António Augusto de Aguiar e Rua de Olivença. Este terreno foi adquirido por escritura de 10 de Julho de 1940, pelo Município da Covilhã, que era representado pelo seu Presidente Dr. Luís Victor Tavares Baptista (Capitão Médico). A proprietária do terreno era a D. Maria da Natividade Trigueiros Osório (Viscondessa do Sardoal).
Após s sua aquisição, a Câmara Municipal da Covilhã, começou imediatamente com as obras para a construção do Mercado que ficou com três pisos, um terraço a todo o comprimento e um logradouro na entrada principal. Foi também construído, junto a este, um pequeno edifício para os vendedores pagarem os impostos.
O edifício, já concluído, foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1943, e abriu seguidamente ao público, ficando ordenado segundo os seguintes produtos: 1º piso – venda de azeitonas, aves e ovos; 2º piso – composto por talhos, lateralmente, e bancas de pão, bolos e queijos ao centro; 3º piso – venda de peixe com a instalação de mesas retangulares laterais e venda de hortaliças, frutas e feijão. No logradouro, vendiam-se no Verão melões e melancias – e era utilizado também para a atuação dos popularmente chamados vendedores da banha da cobra…
Com o desenrolar dos tempos, devido ao sal usado no peixe que ali se vendia, o edifício começou a dar sinais de degradação. Por isso, nos anos 1992/1993, foi construído um novo edifício no logradouro do mercado, onde passou a fazer-se a venda do peixe. Por essa altura, o terraço, que era aberto, foi dotado de uma cobertura, e foram construídas dezenas de lojas para que os vendedores ambulantes pudessem aí vender os produtos do seu comércio, como roupas, calçado, bijutarias, etc.
Atualmente a distribuição efetuada no edifício do mercado é: 1º piso – Loja Ponto já; 2º piso – Silo Auto e Loja Vodafone; 3º piso – venda de frutas, hortaliças, queijos, feijão, pão, bolos, carne entre outros; 4º piso – Empresa Call-Center; no logradouro, continua a fazer-se a venda do peixe.
In História da Freguesia de SANTA MARIA - Covilhã, António Garcia Borges
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